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RICHARD RORTY E A EDUCAÇÃO

INTRODUÇÃO

Richard Rorty (1931-2007) teve em sua filosofia três grandes períodos.
Primeiro com a educação progressista do filósofo e pedagogo John Dewey
(1859-1952) onde a ideia básica está centralizada no aumento da capacidade de raciocínio e espírito crítico do aluno. Depois com o positivismo lógico e, por último, com a revolução da linguagem, tendo como principais expoentes os filósofos Willard Quine (1908-2000) e Ludwig Wittgenstein (1889-1951). Ao rejeitar a hierarquizada noção de conhecimento em favor da conversação livre,
Rorty apoia que do “ponto de vista educacional, em oposição ao epistemológico e tecnológico, o modo como às coisas são ditas é mais importante do que a posse de verdades” (Fávero, 2006). Ele descreve:
Uma vez que educação soa um pouco vazio demais, e Bildung um pouco estrangeiro demais, usarei edificação para significar este projeto de encontrar novos, melhores, mais interessantes e mais fecundos modos de falar. A tentativa de edificar (a nós mesmos ou a outros) pode consistir na atividade hermenêutica de fazer conexões entre nossa própria cultura e alguma cultura exótica ou período histórico, ou entre nossa própria disciplina e outra disciplina que pareça perseguir

objetivos

incomensuráveis

num

vocabulário

incomensurável (Rorty, 1979, p. 360).

O filósofo adota agora uma versão contemporânea do pragmatismo, sustentando que ao contrário da maior parte da tradição filosófica, a política e a filosofia estão ligadas a educação e não o inverso, sendo a educação constituída de dois processos distintos e complementares: a socialização e a individualização Este neopragmatismo é uma filosofia da esperança e da solidariedade, e a filosofia da educação tenta determinar os limites e os pontos de encontro entre os dois processos educacionais, articulados com a possibilidade do uso de narrativas como elemento de formação, propondo o abandono do paradigma epistemológico em favor de um modelo educacional, também referido