Romero Britto e o sistema de arte contemporâneo
Katya de Castro Hochleitner
Economista, FEA USP - Aluna de EHA5714 - Aspectos Econômicos e Mercadológicos da Arte – PPGEHA/USP. E-mail: katyahochleitner@uol.com.br
Resumo
Este artigo pretende, a partir das informações disponíveis, explorar as possíveis razões que explicariam a relativa desvalorização da arte de Romero Britto por parte da crítica de arte especializada e do mundo chamado de “high art”, que, de acordo com John Fisher (2005), seria o conjunto das obras fundamentais de arte, que definem o que pode ser considerado arte.
A análise se dá no escopo do funcionamento do sistema de arte contemporâneo e da teoria de branding de David Acker.
Palavras-chave: Romero Britto, Takashi Murakami, arte, mercado, pop art, high art, low art.
“Business art is the step that comes after Art. I started as a commercial artist, and I want to finish as a business artist. After I did the thing called "art" or whatever it's called, I went into business art. I wanted to be an Art Businessman or a Business Artist. Being good in business is the most fascinating kind of art. During the hippie era people put down the idea of business—they'd say, "Money is bad," and "Working is bad," but making money is art and working is art and good business is the best art.”
Andy Warhol
A arte brasileira tem alcançado sucesso inédito em leilões de arte fora do Brasil, com obras de artistas ainda vivos, como Beatriz Milhazes e Adriana Varejão, sendo vendidas por valores que chegam à casa dos milhões de dólares. Em 2012, por exemplo, a tela Meu Limão, de Beatriz Milhazes, foi vendida em leilão da Sotheby’s por 2.098.500 dólares enquanto a obra Trois Petites Morts, de Adriana Varejão, foi vendida, no mesmo leilão, por 1.172.500 dólares.
Desde a década de 60, quando Andy Warhol disse que queria ser um “homem de negócios da arte” ou um “artista de negócios”, o mercado da arte se transformou. E os limites entre arte e produto se