Romaria de Muquem

Romaria do Muquém: tradição e fé popular

A Festa do Muquém é uma manifestação popular religiosa, de origem católico-romana, que atrai milhares de fiéis em busca de socorro, pagamento de promessas ou simplesmente farra e convívio com pessoas do País todo que se dirigem a este pequeno povoado no Município de Niquelândia no Norte de Goiás.
É uma Festa com mais de duzentos anos de tradição e seu auge acontece quando a imagem de Nossa Senhora da Abadia sai da cidade de Niquelândia, carregada pelos romeiros.
Durante 15 dias, milhares de pessoas acampam no pequeno vilarejo do Muquém. Segundo a Diocese de Uruaçu aproximadamente cento e oitenta mil pessoas entre visitantes, religiosos, políticos, ateus e curiosos participam das festividades que não se resumem apenas na programação religiosa.
Bem ao lado do Santuário do Muquém, forma-se uma verdadeira cidade de peregrinos que transforma o vilarejo num caldeirão cultural. Bares, lanchonetes, barracas de ambulantes, desempregados, pedintes e até mesmo bordeis fazem parte dessa tradicional Festa religiosa.
A parte “profana” da festa é tolerada como um ritual necessário para afirmação da identidade do povo.
Os estudos realizados por professores e pelos futuros historiadores constituem-se de um importante instrumental para aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre a Festa do Muquém. O sentido “mágico” do evento atribuído aos milagres de Nossa Senhora da Abadia é que faz com que a cada ano, aumente ainda mais o número de devotos na Romaria que já teve sua história contada pelo escritor Bernardo Guimarães, no livro Ermitão de Muquém, publicado em 1869, descrevendo a origem da Festa.
O livro conta a história de um devoto de Nossa Senhora da Abadia, que mata acidentalmente um amigo e recebe ajuda da Virgem, que intercede para que ele não seja condenado. Assim, o rapaz se torna um ermitão encarregado por levar o nome da santa a todas as pessoas. A narrativa traz como característica marcante a oralidade e a simplicidade do