Romantismo
Logo após a independência política do Brasil (1822), nasceu o Romantismo brasileiro, que veio à tona o desejo de libertação no mundo das artes em geral. Na literatura, em especial, era evidente a necessidade de implantá-la como sendo genuinamente brasileira, valorizando principalmente suas tradições e as belezas que daqui faziam parte.
Primeira geração - Os primeiros românticos são conhecidos como nativistas, consequência da recente independência do país, prevaleceu um verdadeiro sentimento de nacionalidade, procurou exaltar também a natureza, o sentimentalismo e a religiosidade, o marco que introduziu o Romantismo foi a obra “Suspiros poéticos e saudades”, de Gonçalves de Magalhães, publicada em 1836. Contudo, foi Gonçalves Dias o protagonista da fase. Na linguagem, o artista tem habilidade de lidar com vários ritmos, versos e formas de composição distintas. Elementos que são bem representados (apenas em alguns fragmentos) no poema a seguir:
Canção do Tamoio
(Natalícia)
I
Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos
Só pode exaltar.
II
Um dia vivemos!
O homem que é forte
Não teme da morte;
Só teme fugir;
No arco que entesa
Tem certa uma presa,
Quer seja tapuia,
Condor ou tapir.
III
O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves concelhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!
[...]
Quanto à lírica sentimental, Gonçalves Dias retrata temas relacionados ao amor, saudade, natureza, religiosidade, revelados sob uma sensibilidade – característica determinante do artista.
Se se morre de amor!
Se se morre de amor! — Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e