Romantismo
Daqui um pouco, perderás da vista este mosteiro; correrás milhares de léguas, e não acharás, em parte alguma do mundo, voz humana que te diga:
__ A infeliz espera-te noutro mundo, e pede ao Senhor que te resgate.
[...]
Que importa morrer, se não podemos jamais ter nesta vida a nossa esperança de há três anos?!
Poderias tu com a desesperança e com a vida Simão? Eu não podia. Os instantes do dormir eram os escassos benefícios que Deus me concedia; a morte é mais que uma necessidade, é uma misericórdia divina, uma bem-aventurança para mim. Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, São Paulo, Scipione,1994
O amor impossível pode levar à morte. Amor e morte, temas sempre presentes na literatura, são trabalhados de diferentes maneiras de uma época para outra. No início do século XIX, o espírito do romantismo permite que o ser humano no passe a se valorizar como indivíduo tornando-se o centro do seu próprio universo. Assim não só amor e morte, mas também natureza, pátria, religião, tudo se subordina ao indivíduo.
Apresentação
A partir de 1750, uma nova configuração política foi substituindo o velho regime das monarquias absolutas na Europa. A partir da Revolução Industrial e da Revolução Francesa, renovavam-se as instituições, o modo de ver o mundo, o modo de se expressar. Impunha-se o liberalismo com seus valores capitalistas e burgueses, apoiado em uma confiança irrestrita no indíviduo, em sua capacidade de agir e criar.
As velhas convenções artísticas não respondiam mais às exigências do público. A capacidade individual de criação e expressão ganhou importância, abrindo o caminho para a subjetividade e a supervalorização do indivíduo. Surgia o Romantismo, acompanhado de um desejo de liberdade e renovação. Costuma-se mesmo associar o Romantismo à burguesia em ascensão, bem como o Classicismo identifica-se com nobreza.
Espalhando-se pela Europa nas