Romantismo No Brasil
1º Geração
Em 1808, a família real portuguesa, fugindo do avanço das tropas napoleônicas, resolve instalar-se no Brasil, abrindo caminho para a emancipação política da colônia, o que acontece em 1822, quando é declarada oficialmente a Independência do Brasil. O problema é que, mesmo com o rompimento dos laços políticos com a metrópole, os intelectuais brasileiros ainda reproduziam os modelos do pensamento europeu.
Logo, surge a necessidade entre nossos pensadores de criar uma arte e uma forma de pensar que rompesse com os padrões do Velho Mundo. Os escritores românticos brasileiros buscaram, então, mais do que a independência política – buscaram a independência cultural. No
Romantismo, o indivíduo sente-se em desajuste com a sociedade, por isso a necessidade de fugir da realidade. Um dos mecanismos usados para fugir da realidade é voltar-se para o passado.
No Romantismo europeu, a volta ao passado histórico leva à Idade
Média, onde estão as origens das nações europeias. Mas, como o Brasil não teve Idade Média, voltar ao passado significa redescobrir o país antes da chegada dos europeus, quando era habitado por nações indígenas.
Como podemos citar o trecho do poema de Iracema, de José de Alencar:
“Rumor suspeito quebra a doce harmonia da sesta. Ergue a virgem os olhos, que o sol não deslumbra; sua vista perturba-se. Diante dela e todo a contemplá-la está um guerreiro estranho, se é guerreiro e não algum mau espírito da floresta.”
Nesse romance, de 1865, o escritor apresenta uma visão poética da formação do povo brasileiro. De acordo com sua “lenda”, ele tem origem na união do índio, representado por Iracema, a “virgem dos lábios de mel”, e o branco europeu, representado pelo guerreiro Martim, onde o negro ficou de fora do projeto nacionalista-literário da primeira geração.
No plano individual, voltar ao passado significa valorizar a infância, como sugerem estes versos de Casimiro de Abreu:
Oh! Que