Romance Naturalista
O romance naturalista é, em geral, de carácter experimental e cientificista, um romance de tese que se orienta para a análise social e das paixões. Procura mostrar o indivíduo como produto resultante de um conjunto de fatores "naturais": o meio em que vive e sobre o qual pode agir, a hereditariedade psicofisiológica - geradora de comportamentos e situações específicos- e a educação. Em geral, os naturalistas procuraram reproduzir a vida em todos os seus aspetos, mas documentando-a como um trabalho de história ou uma experiência científica. Assim, a análise rigorosa dos caracteres e a narração lógica dos factos, dos sentimentos e paixões culmina sempre com um ensinamento. Concluindo, o romance naturalista acaba sempre por evidenciar o desejo de um estado melhor e mais consciente no que diz respeito ao destino humano.
Romance realista
O romance realista assume um carácter documental, procurando fazer o retrato de uma época e da sua sociedade. Este tipo de romance surge orientado para a análise psicológica da sociedade, criticando-a a partir do comportamento das personagens, nomeadamente das que integram as classes dominantes, e procurando captar as condições mais miseráveis e torpes da vida real. Este tipo de orientação é bastante notória no romance naturalista e realista: “Os Maias” de Eça de Queirós, que procura descrever diversos quadros sociais e denunciar a corrupção, a frivolidade, a superficialidade, a ignorância e as mentalidades retrógradas; nesta obra as personagens principais são representativas dos problemas da vida política, social e cultural da alta sociedade lisboeta, problemas esses que denunciam a fragilidade moral dessa mesma sociedade. Concluindo, o romance realista procura apresentar a anatomia do carácter e a crítica do homem para nos conhecermos e, assim, sabermos discernir os falsos dos verdadeiros e condenar o que houver de mau na sociedade.