ROLEZINHO
1. Objetivo Geral
Entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, a cidade de São Paulo tornou-se cenário de uma série de eventos de grande repercussão e controvérsia. Por meio das redes sociais, principalmente o Facebook, jovens moradores de bairros pobres da periferia de São Paulo resolveram marcar encontros em shopping centers para, conforme a descrição dos próprios nas páginas dos eventos, encontrar amigos, conhecer pessoas, paquerar, dar uns beijos e zoar. Enfim, para fazer o que nomearam como um Rolezinho no shopping, o que seria o mesmo que um pequeno passeio. Um dos primeiros rolezinhos ocorreu no Shopping Metrô Itaquera, na zona leste da cidade, no dia 07 de Dezembro de 2013. Nele, em muitos momentos, os participantes puseram-se a cantar músicas do repertório do funk ostentação, estilo musical produzido nos últimos anos em São Paulo, partindo do funk carioca, mas apresentando como peculiaridade a novidade das letras que focam na exaltação da posse de dinheiro e do consumo de produtos de grife ou considerados caros. Alguns lojistas, administradores e frequentadores do shopping sentiram-se ameaçados pela grande concentração de jovens a fazer barulho. Resolveu-se, então, chamar a polícia. Assim, o que era para ser apenas um encontro de jovens tornou-se um grande tumulto por causa da repressão policial truculenta.
2. Problemática (objeto)
Os rolezinhos escancararam três importantes tensões e preconceitos presentes na sociedade brasileira: de classe, de raça/cor e de idade/geração. Eles foram perseguidos e duramente reprimidos em primeiro lugar porque eram jovens pobres, como pode ser visto nos vídeos que já estão circulando na internet, mostrando jovens brancos de classe média a fazer algazarra em shoppings e sem sofrer nenhum tipo de constrangimento da equipe de segurança. Para uns o rótulo de flash mob ou brincadeira, para outros de arruaça e/ou arrastão. É, portanto, também uma questão de raça/cor, eleita como um dos critérios para se