Roentgen e a descoberta dos raios
Em 8 de novembro de 1895, o professor e físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923) trabalhava em seu escuro laboratório de Wurzburg. Seus experimentos focavam o fenômeno da luz e outras emissões geradas pela descarga de corrente elétrica em tubos de vidro a vácuo. Estes tubos, conhecidos genericamente como “ampola de Crookes”, em homenagem ao pesquisador britânico William Crookes (1832-1919), já estavam largamente disponíveis. Roentgen estava interessado nos raios catódicos e analisava o alcance desses raios no lado de fora da ampola.
Para sua surpresa, Roentgen notara que quando sua ampola, embalada por uma caixa de papelão, era carregada, um objeto posto no outro lado da sala começava a brilhar. Era uma tela revestida de platinocianato de bário colocada a uma distância tal que seria impossível a interação com os raios catódicos emitidos pela ampola. Assim ele pensava.
Sabemos pouco sobre a seqüência de suas experiências a partir daí, exceto que, enquanto ele segurava algum material entre a ampola e a tela para testar os raios recentemente descobertos, notou os ossos de sua mão vividamente presentes na tela.
Roentgen mergulhou durante as sete semanas seguintes em meticulosos experimentos a fim de determinar a natureza daqueles raios. Ele trabalhou enclausurado em seu laboratório. Contou a um amigo que havia descoberto algo interessante, mas que não sabia ainda se suas observações estavam corretas.
Em 28 de dezembro de 1895, Roentgen entregou seu relatório preliminar sobre a sua descoberta ao presidente da Sociedade de Física Médica de Wurzburg, acompanhado de radiografias experimentais, entre elas a da imagem da mão de sua esposa. No dia do Ano Novo ele mandou relatórios impressos para vários Físicos amigos seus por todo a Europa. Já em janeiro do novo ano o mundo teve a sua atenção voltada para a nova descoberta e Roentgen aclamado como o descobridor de um milagre médico. Roentgen recebeu o primeiro prêmio Nobel