Rocha
Que construtor hoje não está preocupado com as “quase inevitáveis” fissuras em alvenarias, que teimam em reaparecer após tratadas? Suas principais consequências são o desgaste com os clientes, altos custos de manutenção e a difícil solução do problema. Mais do que se buscar soluções paliativas após a patologia instalada (um armário nessa parede ficaria ótimo!), é preciso que se tomem cuidados adequados durante a fase do projeto estrutural e execução. Uma das grandes causas do surgimento de patologias em alvenarias é a transferência de cargas das vigas da estrutura para a vedação sob elas. Por sua vez, essa transferência de carga é função da deformabilidade da estrutura e da capacidade de transferência dessas cargas pelo encunhamento. Antigamente, tínhamos métodos construtivos muito mais rudimentares, mas não tínhamos tantos problemas de patologias em vedações. A grande diferença é que tínhamos estruturas menos deformáveis e vedações muito mais resistentes (tijolos de barro). Assim, mesmo com os encunhamentos rígidos que eram feitos, a alvenaria tinha capacidade resistente para suportar essa transferência de cargas. Com certeza, muitos edifícios projetados antigamente só estão em pé até hoje pela colaboração dos painéis de vedação. Com a evolução dos sistemas construtivos e dos sistemas computacionais, as estruturas foram ficando mais esbeltas e, consequentemente, mais deformáveis. Por seu lado, as vedações foram ficando mais frágeis (blocos de concreto ou cerâmico), e mais sujeitas ao aparecimento de fissuras, quando solicitadas além de sua capacidade resistente. Assim, o conceito mais moderno de projetos estruturais, recomenda a desconsideração dos painéis de vedação na rigidez da estrutura. Apesar de ser possível o cálculo teórico da carga transferida para a alvenaria e verificação da mesma, em geral, esse procedimento não se justifica em função do número de variáveis de difícil controle que influem nos resultados (módulo de elasticidade do concreto e da