RISCOS NATURAIS
Descrição do desastre e foto: Angra dos Reis é o caso mais dramático e, também, o retrato mais preciso do conjunto de fatores que desencadeia esse tipo de tragédia. Ali, morreram 52 pessoas, na virada do ano, vítimas de deslizamentos de encostas. Tudo era previsível. Na bela região em torno da Baía de Angra, com suas 365 ilhas e mais de 2 000 praias, chove quase o dobro da média do Rio de Janeiro, e a instabilidade das encostas é conhecida. Em 2002, 39 pessoas morreram em Angra num deslizamento com características semelhantes às de agora. Apesar disso, nunca foi feito um mapa geológico para verificar quais terrenos são impróprios para construção. A ocupação do solo é regida por regras municipais, estaduais e federais que se sobrepõem, e ninguém as cumpre. Como se não bastasse, existe um impressionante histórico de corrupção nos órgãos responsáveis pela fiscalização em Angra.
Classificação do Desastre
Categoria/Origem
( x ) Natural ( ) Tecnológico
Grupo (COBRADE) Geológico
Subgrupo (COBRADE) Movimento em massa
Periodicidade
( ) esporádico ( x ) cíclico ou sazonal
Evolução
( x ) súbito ou de evolução aguda ( ) gradual ou de evolução crônica
Intensidade
( x ) Nível I ( ) Nível II
Causas identificadas do desastre (Por que ocorreu?):
A área era de alto risco por estar situada em encosta muito íngreme, onde vários deslizamentos já haviam ocorrido no passado. Mas não é essa a principal explicação para o que aconteceu na cidade, que experimentou um vertiginoso crescimento populacional a partir dos anos 1970. A construção da Rodovia Rio-Santos aumentou o fluxo de turistas, e grandes obras, como a usina nuclear de Angra 1, levaram multidões de trabalhadores à região. A população do município, que era de 40 000 habitantes na década de 70, dobrou em 1990 e triplicou em 2000, quando 5,5% já moravam em favelas. É um crescimento de quase três vezes a média