Riscos em instituições financeiras
Resumo
O objetivo deste trabalho é analisar para o caso brasileiro, as relações entre risco e lucratividade das instituições financeiras. Os principais modelos de risco de crédito de portfólio que se difundiram na indústria bancária internacional na década de 90 têm aplicação restrita no Brasil, devido às características do nosso mercado de crédito. Utilizando a técnica da simulação de Monte Carlo, o modelo gera a distribuição das perdas futuras de uma carteira, a partir da qual podem ser extraídas medidas estatísticas que quantificam o risco do portfólio, como a perda esperada e a perda não esperada, e calculado o capital econômico que deve ser alocado pelo banco para suportar esse risco. Na abordagem proposta, as perdas das empresas da carteira são modeladas individualmente, agregando-se os resultados para se obter as perdas totais do portfólio. O processo de mensuração é ilustrado aplicando-se o modelo a um portfólio hipotético, construído com base no perfil da carteira de crédito a pessoas jurídicas do Sistema Financeiro Nacional. Os resultados indicam que a metodologia configura-se como uma alternativa que permite a mensuração do risco de carteiras de crédito corporativas e ressaltam a importância da utilização de modelos de portfólio na gestão de risco de crédito das instituições.
1. INTRODUÇÃO
Gestão de risco de crédito é um tema que tem sido objeto de grande atenção no mercado financeiro e na comunidade acadêmica, principalmente em razão do movimento de melhoria nas técnicas de mensuração e gerenciamento de risco de crédito que vem ocorrendo ao longo dos últimos anos. Esse processo tem sido acompanhado por uma maior ênfase das instituições financeiras na utilização de modelos quantitativos como suporte às decisões de crédito. Um dos fatores que motiva a adoção de modelos quantitativos de risco de crédito é o interesse dos bancos em metodologias mais apuradas para determinar o montante de