riegl revista agulha
Convencido de que a ´universalização´ da história da arte é imprescindível, Riegl se insurge contra o que considera serem os dois mais nocivos preconceitos da tradição historiográfica de sua época. Em primeiro lugar, chama-nos a atenção para a insensatez de uma distinção (que, pressupondo uma hierarquia, se torna estigmatizante) entre as chamadas 'artes maiores' - relativas à representação do mundo humano - e artes 'menores' - relativas exclusivamente à ornamentação. Seu posicionamento quanto a isso é configurado com total clareza em Stilfragen: Grundlegungen zu einer Geschichte der Ornamentik (Questões de estilo: Fundamentos para uma história do ornamento), obra que, escrita em 1893, implementa uma criteriosa e trabalhosa história do ornamento, desde o antigo Egito até a arte árabe. Em segundo lugar, renega qualquer tipo de desprezo apriorístico por alguns períodos da produção artística - como os do Império Romano e os do barroco - erroneamente julgados mediante critérios extraídos da arte grega e da arte renascentista italiana.
Com esse propósito, Riegl publicou em 1901, Die Spätromische Kunstindustrie nach den Funden in Österreich-Ungarn (A indústria artística do Império Romano tardio segundo as descobertas no Império Austro-húngaro) e, em 1907, Die Entstehung der Barockkunst in Rom (A gênese da arte barroca em Roma), onde procura dar a conhecer o caráter e determinar os modos de ver e sentir artísticos próprios