Ricardo Reis( Heterônimo de Fernando Pessoa)
Ricardo Reis foi criado quando Fernando Pessoa escreveu os "Poemas de Índole Pagã". Em sua biografia consta que nasceu em Porto, Portugal, no dia 19 de setembro de 1887. Estudou em colégio de jesuítas e estudou medicina. Era monarquista, auto-exilou-se no Brasil, em 1919, por discordar da Proclamação da República Portuguesa. Foi profundo admirador da cultura clássica. Era autodidata na língua grega e de formação sólida na língua latina e mitologia. Em sua biografia não consta a data de sua morte mas, o escritor José Saramago em seu livro "O Ano da Morte de Ricardo Reis", situou-o em 1936.
Características literárias
É um poeta clássico,da serenidade epicurista, que aceita com calma lucidez, a relatividade e a fugacidade (pressão) de todas as coisas. A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurista(Epicurismo é o desejo para encontrar a felicidade, buscar a saúde da alma, lembrando que o sentido da vida é o prazer) triste, pois defende o prazer do momento “carpem diem”(aproveite o momento) como caminho para a felicidade. Apesar deste prazer que procura e a felicidade que deseja alcançar, considera que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade, ou seja, sente que tem de viver em conformidade com as leis do destino, indiferente à dor, conseguida pelo esforço estóico(firme, senhor de si mesmo; inabalável, impassível, austero) lúcido e disciplinado.
Análise da poesia
Repleto de simbologia, Ricardo Reis,, apela no poema para a metáfora do rio como imagem da vida que passa e convida a amada a enlaçar as mãos nessa caminhada inexorável, sem volta, que nos leva para um lugar mais distante que o dos deuses, uma vez que o fado é uma força superior a todos. A vida é efêmera e sua marcha é inexorável. De mãos enlaçadas ou não, é preciso evitar os grandes desassossegos, todo e qualquer excesso, nem amor, nem ódio nem paixão que levantem a voz, nem invejas ou cuidados exagerados. O importante é a serenidade que está além do amor, a fruição