Ricardo Eletro História
Ex-vendedor de mexericas na rua, Ricardo Nunes é hoje o presidente da segunda maior rede de eletroeletrônicos do Brasil, que planeja faturar 9 bilhões de reais neste ano por Paola Carvalho | 27 de Junho de 2012
No escritório: o único capricho de Nunes é poder conferir a perda dos cabelos em seu próprio banheiro
No intervalo da novela das 9, enquanto assiste ao comercial da rede varejista Ricardo Eletro, a advogada Maria da Conceição Lopes Pereira, de 71 anos, lembra-se do menino franzino e falante que, trinta anos atrás, lhe vendia mexericas na porta da faculdade de direito em Divinópolis, a 124 quilômetros da capital. "Eu não queria entrar na sala de aula com aquele cheiro característico nas mãos", conta. "Para não perder a venda, ele mesmo descascava as frutas." Ainda que comercializasse toda a produção anual de tangerinas do Brasil, aquele garoto, hoje um homem de 42 anos, não conseguiria juntar nem 6% dos 9 bilhões de reais que sua empresa espera faturar neste ano com a venda de eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, móveis e outros produtos. A rede presidida por Ricardo Nunes, a Máquina de Vendas, que reúne cinco bandeiras (Ricardo Eletro, Insinuante, Eletro Shopping, City Lar e Salfer) e tem 1 100 lojas, tornou-se em abril a segunda maior do setor no país, atrás apenas do gigante Viavarejo, do grupo Pão de Açúcar, que tem as marcas Casas Bahia e Ponto Frio.
O mineiro soube surfar nas ondas do consumo movido a crédito e da tão propalada ascensão da classe C. Escreveu seu nome na lista de empresários poderosos como Samuel Klein, o fundador das Casas Bahia, e Luiza Trajano, a presidente da rede Magazine Luiza, que acaba de perder para Ricardo, como ele é chamado por todo mundo, a vice-liderança no ranking dos maiores do setor. "Eu mesmo me assusto com o tamanho que atingimos", afirma. A carreira de vendedor começou prematuramente, aos 12 anos, depois que o pai morreu de infarto e ele resolveu fazer dinheiro com as