RH NA CHINA
| N° Edição: 2241 | 19.Out.12 - 21:00 | Atualizado em 06.Set.13 - 09:02
A china descobre o RH
Aumento no número de greves e denúncias de violação dos direitos trabalhistas levam a China a rediscutir aumentos salariais e maneiras de proteger o trabalhador
Fabíola Perez
MEA CULPA
A Foxconn declarou que medidas serão tomadas para que os jovens empregados pela empresa voltem à escola
Nas últimas semanas, sob a alegação de que chegaram a trabalhar 180 horas extras em um único mês, quatro mil trabalhadores de uma das fábricas da multinacional taiwanesa Foxconn, em Zhengzhou, sul da China, decretaram greve por melhorias nas condições de trabalho. A manifestação interrompeu a fabricação de iPhones e iPads da Apple. Dias depois, a empresa reconheceu que os funcionários estavam trabalhando acima do limite previsto em lei (máximo de 36 horas extras). Admitiu ainda ter empregado adolescentes e crianças com idade entre 14 e 16 anos em suas instalações. Em Wuhan, também há 15 dias, trabalhadores da linha de montagem do Xbox 360 ameaçaram suicídio coletivo após um pedido de aumento negado. A escalada de paralisações, denúncias e ameaças contra a própria vida, decorrente das violações trabalhistas e dos baixos salários oferecidos pelas empresas chinesas, reacendeu o debate no país comunista sobre os direitos do trabalhador. “Nos últimos anos, já aconteceram algumas melhorias, principalmente em relação à distribuição dos salários”, declarou à ISTOÉ Li Qiang, diretor da ONG de direitos trabalhistas China Labor Watch.
Pressionada, logo após as denúncias de graves violações dos direitos trabalhistas, a própria Foxconn declarou que medidas imediatas seriam tomadas para que os jovens empregados pela empresa voltassem à escola. “Estamos investigando como isso pode ter acontecido e quais atitudes devemos tomar para que nunca mais se repita”, divulgou a companhia. Para Li Qiang, no entanto, o maior desafio das empresas não é apenas reduzir a