RH Estratégico
Em meio à pasmaceira geral do mercado de trabalho, uma área está agitada como nunca: a de recursos humanos. "Podemos dizer que 90% das empresas estão mudando seu RH", diz Fermin Diez, executivo da consultoria Mercer em Miami e coordenador de uma pesquisa com 137 companhias na América Latina. Segundo o estudo, 76% dos departamentos de RH estão atualmente em processo de transformação, e 9% devem ser modificados no período de um ano. Outros 11% dizem que já completaram o processo. Essa onda de mudanças anima o mercado de contratações. A empresa de recrutamento de executivos Spencer Stuart, por exemplo, que entre 2000 e 2002 promoveu três mudanças de diretores de RH, neste ano já fechou dez posições para a área, segundo seu sócio-diretor, Carlos Diz. Na PMC Amrop, o headhunter Luiz Carlos Cabrera calcula que houve um aumento de 50% na procura desses profissionais em relação ao ano passado. Em outra empresa de recrutamento, a Mariaca & Associates, o peso da área de recursos humanos no total de pedidos saltou de 15%, antes da virada do século, para 25% hoje em dia, segundo sua presidente, Iêda Novais.
A explicação para essa movimentação toda é a valorização do RH. O que as empresas buscam agora é uma unidade que seja parceira dos negócios, engajada com as outras áreas da empresa, participativa. Ou, para repetir a palavra mais em voga, estratégica. Nos últimos anos, com a importância que se começou a dar ao "capital humano", tornou-se constrangedor dizer que o profissional de RH na empresa é o homem da folha de pagamento ou o chefe de pessoal. Em muitos casos o nome do departamento foi alterado, para amenizar o ranço burocrático. Virou moda as empresas dizerem que têm um "RH estratégico" -- e os executivos da área agora perambulam com cartões que os definem como "gestor de pessoas", "gestor de talentos humanos", "desenvolvedor de gente", e por aí vai.
Afinal, o que significa ter um RH estratégico? "É ter alguém que saiba influenciar não