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2304 palavras 10 páginas
A Lumen Gentium
Côn. Henrique Soares da Costa
Prometi apresentar brevemente os principais documentos do Concílio Vaticano
II. Pois bem, vamos tratar agora da Lumen Gentium (Luz dos Povos), o documento do
Concílio sobre a Igreja.
A primeira coisa importante: a luz dos povos não é a Igreja, mas Cristo. É o que afirma logo a primeira frase do nosso documento: “Sendo Cristo a luz dos povos, este
Sagrado Concílio, congregado no Espírito Santo, deseja ardentemente que a luz de
Cristo, refletida na face da Igreja ilumine todos os homens, anunciando o Evangelho a toda criatura” (LG 1). Cristo é a luz, o sol; a Igreja é como a lua: só ilumina se refletir na treva do mundo a luz do sol, a luz de Cristo. Assim, quando a Igreja fala dela mesma, não é para ficar preocupada consigo própria, mas para melhor viver, testemunhar e anunciar Jesus Cristo, nosso único caminho, nossa única salvação.
Outro aspecto importante. O Concílio contempla a Igreja primeiramente como mistério, isto é, como parte do plano eterno de Deus para a salvação da humanidade.
Assim: “Aos que acreditam em Cristo, (o Pai) quis convocá-los na santa Igreja, a qual, já prefigurada desde a origem do mundo e preparada admiravelmente na história do povo de Israel e na antiga aliança, e instituída nos últimos tempos (por Jesus Cristo), foi manifestada pela efusão do Espírito Santo (em Pentecostes) e será consumada em glória no fim dos séculos” (LG 2). A Igreja é, portanto, parte do plano de salvação de Deus.
Ela não é nossa, é de Deus. Sua missão é ser o lugar, o espaço, a comunidade onde a humanidade pode encontrar Deus em Jesus Cristo e ser santificada no seu Espírito
Santo. Por isso a Igreja, preparada pelo Pai, fundada pelo Filho e continuamente santificada pelo Espírito, é semente do Reino de Deus que nela já atua misteriosamente
(cf. LG 3). É na Igreja que se experimenta de modo mais intenso o Reino trazido por
Jesus!
Essa Igreja fundada por Cristo está continuamente unida a ele, como

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