Reza a lenda que o deus Shiva
Os historiadores identificam o touro branco de Shiva e Buda como um nelore, originário da região de Ongole, no sul da Índia, fruto do acasalamento durante séculos entre várias raças do grupo branco-cinza. No mundo, os bovinos estão distribuídos em dois grandes grupos: o taurino, representado pelos bois europeus, e o zebuíno, da Índia, que tem como característica uma corcova no lombo, o cupim ou giba.
Por sua notável adaptação ao ambiente tropical, em pouco mais de cem anos os zebuínos se espalharam. No Brasil, promoveram uma verdadeira ocupação genética. “Hoje temos o maior rebanho comercial do mundo, cuja potencialidade produtiva não encontra rivalidade em nenhum outro país”, diz um estudo da Embrapa redigido, entre outros, por Arnaldo Borges, o Arnaldinho.
A reverência ao mamífero como um ser sagrado é explicada pela religião hinduísta, que estabelece a vaca como uma montaria ou veículo de um dos deuses mais populares do país, o Shiva, segundo o pesquisador do Departamento de Antropologia da Unicamp Cláudio Costa Pinheiro.
Na crença hinduísta, muitos deuses têm animais como montarias, que acabam ganhando status de animal sacro. É o caso da vaca de Shiva, conhecida como Nandi, que estaria representada em cada vaca que habita a Índia. Além de carregar Shiva, o bovino, conforme o hinduísmo, teria o papel de controlar os impulsos do deus apontado pela religião como o ente responsável pela renovação.
A exemplo da vaca, outros animais contam com a adoração dos indianos, como o