Revoluções e guerras de independência américanas: rumo a construção dos nacionalismos
Entre as ultimas décadas do século XVIII e as primeiras do século XIX o novo mundo foi palco de um expressivo número de revoltas e guerras de independência, todas protagonizadas pelos mesmos agentes históricos, as todo-poderosas monarquias europeias, e suas colônias de exploração no além-mar. Essas Províncias, após presenciarem as primeiras independências no continente, conquistadas pelas treze colônias ao norte, e pelos outrora escravos de São Domingos, começaram a se permitir imaginar a possibilidade de um dia também caminharem com as próprias pernas, ainda que essa autonomia não se mostrasse tão sedutora para considerável parcela das elites americanas. De qualquer forma, é inegável a contribuição que promoveram, ainda que indiretamente, para uma serie de outros movimentos independentistas.
Algumas dessas nações americanas que viveram esses conturbados conflitos de independência lhes auto atribuem o título de Revolução, dentre os casos mais conhecidos estão Estados Unidos, Haiti, e Argentina, que viveram suas “revoluções de independência” em momentos históricos muito próximos, um espaço de tempo que compreende no máximo 50 anos, entre 1770 e 1820, no entanto, em que medida esses movimentos foram realmente revolucionários? Que implicações intrínsecas compõem o conceito de Revolução? Por que se faz tanta questão de emprega-lo aleatoriamente? E quais os usos políticos se fizeram historicamente dele nos países citados acima?
Analisemos cronologicamente para fins meramente comparativos, iniciemos então pelo caso ianque. A dita Revolução Americana é única dentre os casos analisados que precede a Revolução Francesa, que apesar de não ser o nosso foco, serve-nos de parâmetro uma vez que se configura como a típica revolução por excelência. O inicio dos conflitos nas treze colônias, ou se quisermos ir um pouco mais fundo, o inicio das insatisfações que levarão aos conflitos