Revolução
O ano de 1848 marcou o continente europeu com movimentos revolucionários que, a partir de Paris, tiveram rápida propagação nos grandes centros urbanos. A consolidação do poder político da burguesia e o surgimento do proletariado industrial enquanto força política foram os reflexos mais importantes daquele ano, que também foi marcado pela publicação do "Manifesto Comunista" de Marx e Engels.
Em 1830, com a chegada ao poder de Luís Filipe de Orleans, conhecido como "o rei burguês", os financistas viam-se representados, uma vez que o próprio monarca era oriundo daquelas fileiras. No entanto, diversos eram os grupos de oposição que, organizados em partidos, nutriam o mais vivo interesse em ampliar seu poder político:
Os legitimistas, conservadores representantes da antiga nobreza, vislumbravam restituir a dinastia dos Bourbon; os republicanos, representavam os profissionais liberais e as classes médias, empunhando bandeiras nacionalistas; os bonapartistas, liderados pelo sobrinho de Napoleão (Luís Bonaparte), representavam a pequena burguesia descontente; e os socialistas representavam a crescente classe operária, que a despeito da organização muitas vezes precária, fazia-se notar enquanto força política considerável.
Banquetes oposicionistas Em 1847, grupos políticos de oposição ao governo de Luís Filipe, impedidos de realizar manifestações públicas, decidiram pela realização de banquetes, com o objetivo de discutir não apenas a grave crise econômica enfrentada pelo país - as secas afetaram toda a cadeia econômica - mas para discutir propostas de ação e meios de obter mais representatividade política.
Para o dia 22 de fevereiro de 1848, foi marcado um grande banquete, que contaria com a presença de representantes dos partidos de oposição advindos de toda a França, com o objetivo de protestar contra os boatos de corrupção no governo e contra a política repressiva do primeiro-ministro Guizot, que paulatinamente cerceava os