Revolução verde
PESQUISA: REVOLUÇÃO VERDE
Boa Vista – RR 2013.2
Narciso Galvão Oliveira
PESQUISA: REVOLUÇÃO VERDE
Boa Vista – RR 2013.2
Desde o final da 2ª Guerra Mundial, o incremento da produção de alimentos do planeta superou o extraordinário aumento da própria população humana. De fato, entre 1961 e 2005, por exemplo, a população global cresceu 111%. No entanto, no mesmo período, a produção de cereais (grãos) – a base da alimentação global - subiu 154%, a produção total de carne 280%, a de peixes, crustáceos e moluscos capturados nos mares e criados em cativeiro 227% (FAO).
Toda essa elevação espantosa da oferta de comida deve-se à Revolução Verde, que tem como fundamento o uso de sementes de alto rendimento, fertilizantes, pesticidas, irrigação e mecanização. A verdade é que a fome renitente que assola o planeta é função da falta de recursos para comprar comida, ou seja, da enorme injustiça social vigente, não da falta de alimentos (no período 1969-1971 a população global subnutrida representava 29% do total. Em 2005, esse percentual havia caído para 14%, segundo a FAO). Em que pese todos esses índices animadores, diversos fatos comprovam que a Revolução Verde é insustentável em longo prazo. Erosão e compactação do solo, poluição do ar e do solo, redução dos recursos hídricos (a agricultura é responsável por 70% do consumo humano de água), perda de matéria orgânica do solo, inundação e salinização de terras irrigadas, exploração excessiva dos recursos pesqueiros e poluição dos mares têm contribuído para a desaceleração da taxa de crescimento da produção alimentar. É verdade que se pode ainda melhorar bastante a produtividade agrícola dos países em desenvolvimento - a solução mais promissora - e, em países como o Brasil, ampliar as fronteiras agrícolas (o que provoca inevitavelmente