Revolução Soviética
Inicialmente a revolução de Outubro foi vista pelo Ocidente como algo de semelhante à Revolução Francesa, visando o derrube do regime autocrático absoluto czarista e substituindo-o por um sistema liberal parlamentar burguês. Além disso, os europeus esperavam que essa mudança elevasse o impulso patriótico russo e contribuísse para apressar a derrota alemã: .Mas estas belas ilusões cedo se dissiparam.
Num país essencialmente rural, em que a miséria camponesa imperava, os ideais revolucionários encontraram o seu ponto de arranque pré-insurrecional na mobilização de um operariado concentrado em alguns grandes centros industriais, onde o papel da tecnologia e capitais ocidentais permitiam já a existência de uma grande indústria. A burguesia russa tinha tentado em 1905 a instauração de um regime constitucional que abrisse o país às reformas políticas e sociais indispensáveis ao progresso económico da
Rússia e à neutralização das movimentações revolucionárias. Contudo, a reacção czarista e aristocrática aniquilou pelo sangue tais objectivos, reforçando a acção repressiva do regime, o que agravado pela entrada na Primeira Grande Guerra Mundial veio desenvolver as condições favoráveis à agitação social e revolucionária. A incapacidade de Nicolau II em evitar sucessivas derrotas militares e assegurar o reabastecimento da frente viu-se agravada pelo aparecimento de um novo foco de contestação em Petrogrado (antes da guerra Sampetersburgo. depois da Revolução
Leninegrado e presentemente de novo Sampetersburgo), centro de mais de meio milhão de operários. As autoridades aumentaram a ração de pão, mas não conseguiram apaziguar os motins. A partir de Março de 1917 a agitação revolucionária alarga-se com movimentos grevistas em Moscovo e Petrogrado, com a paralisação de centenas de milhares de operários, assaltos a edifícios públicos e confrontos violentos nas ruas. A contestação visava abertamente a queda do regime czarista. A posição