revolução francesa
Coube à Revolução Francesa a definição do perfil ideológico das
Revoluções Burguesas, pelo seu caráter liberal e profundamente democrático. Para muitos historiadores a Revolução Francesa faz parte de um movimento revolucionário global – atlântico ou ocidental – que começou nos Estados Unidos em 1776, atingiu a Inglaterra, a
Irlanda, a Holanda, a Bélgica, a Itália, a Alemanha, a Suíça e culminou na França em 1789, onde adquiriu um caráter mais violento. Da França, o movimento revolucionário continuou a repercutir em outros países europeus, voltando a própria França, em 1830 e
1848.
Apesar de alguns traços comuns a todos esses movimentos, a Revolução
Francesa teve um sentido próprio, uma especificidade que se manifestou na tomada de poder pela burguesia, na participação ativa dos camponeses e artesãos, na superação das instituições feudais do Antigo Regime e na preparação da França para a caminhada em direção ao capitalismo industrial. A sociedade francesa da segunda metade do século XVIII era uma sociedade de estamentos, composta de dois grupos privilegiados: o Clero
(primeiro estado) e a Nobreza (segundo estado).
Estas forças políticas oprimiam e exploravam outro grupo, constituído pela grande maioria da população, o terceiro estado (formado pelos burgueses, pelos camponeses sem terra e pelos sans-culottes - camada heterogênea composta de artesãos, aprendizes e proletários).
As contribuições e impostos apropriados pelo rei, pelo clero e pela nobreza eram pagos pelo terceiro estado. O clero e a nobreza não apenas tinham isenção tributária, como também usufruíam o tesouro real, através de pensões e cargos públicos. Por isso, a principal reivindicação do terceiro estado era a abolição dos privilégios e a igualdade civil.
Todo esse quadro de injustiças sociais foi denunciado pelos filósofos do iluminismo, contribuindo centralmente para eclosão da revolução. Dentre outras, uma das contribuições
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