Revolução francesa e os direitos humanos
Pode dizer-se que outra característica da Ciência Moderna, resultante das grandes descobertas que se fizeram sob a sua influência, é o facto de ter proporcionado uma nova visão do mundo. Esta visão queria-se racional, sem ilusões, e distinta da visão medieval do mundo que veio substituir: o nosso planeta já não era o centro do Universo (graças a Copérnico), a vida não surge de geração espontânea, não somos a obra de um ser divino, mas descendemos do macaco (graças a Darwin), os impulsos inconscientes da nossa mente (graças a Freud) e muitas outras descobertas que, de certo modo, vieram “desencantar” (ou confundir) a sociedade.
Foi então que todo este conceito de Ciência Moderna, ao ser posto à prova, falhou. O primeiro a contribuir para esta crise foi Albert Einstein que, ao criar a noção de que não existe simultaneidade universal (não pode ser verificada a simultaneidade de acontecimentos distantes), descredibilizou a existência de espaço e tempo absolutos, defendidos por Newton. Este conceito mostrou também que as leis da Física e da Geometria são baseadas em medições locais, não podendo ser universalizadas. A premissa do modelo mecanicista que afirmava a homogeneidade da matéria estava assim posta em causa.
Ao provarem-se relativas, as leis de Newton inspiraram o Princípio da Incerteza, de Werner Heisenberg. Este princípio traz uma nova visão do conhecimento, assegurando que este é limitado e aproximado, e que os resultados que dele obtemos são meramente probabilísticos, relativos e parcelares. Esta nova caracterização do conhecimento deve-se ao facto de Heisenberg ter demonstrado que, ao observar e analisar um objecto, o sujeito confunde-se com ele, invade-o, influenciando assim o seu conceito («não conhecemos do real senão a nossa intervenção nele»1) . Ao provar que, mesmo quando estudamos um objecto em laboratório, este é manipulado ou