REVOLUÇÃO FEMINISTA
O episódio conhecido como Bra-Burning, ou A Queima dos Sutiãs, ocorrido no dia 7 de setembro de 1968 foi um evento de protesto com cerca de 400 ativistas do WLM (Women’s Liberation Movement) contra a realização de um concurso, que elegia Jordi Ford como Miss América em Atlantic City, no Atlantic City Convention Hall. A história eternizava um episódio que, na realidade, nunca aconteceu: a queima de sutiãs em praça pública, para protestar contra a ditadura da beleza que estava sendo imposta às mulheres de seu tempo. A escolha da americana mais bonitinha era tida como uma visão arbitrária da beleza e opressiva às mulheres.
Mulheres de vários estados americanos saíram às ruas de Atlantic City levando símbolos de feminilidade da época: cílios postiços, revistas femininas, sapatos de salto alto, detergentes e sutiãs. Elas organizaram uma "lata de lixo" onde todos os apetrechos seriam queimados. Mas a queima não chegou a ocorrer, porque não foi autorizado pela prefeitura.
Os Estados Unidos viviam um momento delicado: tropas invadiam o Vietnã e Martin Luther King havia sido assassinado. Militarismo, racismo e sexismo eram palavras quase equivalentes - os males da sociedade, os inimigos a serem combatidos. E foi nesse contexto que o movimento feminista cresceu. Não como uma revolta contra os homens, mas a favor da maior igualdade entre os seres humanos. "O movimento feminista não era nada mais que um sindicato de mulheres. Tinha as mesmas reivindicações que os sindicatos na época: igualdade de direitos e liberdade de expressão", afirma a feminista Rose Marie Muraro, uma das precursoras do movimento no Brasil.
Os cartazes e gritos pelas ruas de Atlantic City combatiam os caminhos daquela sociedade dominada por homens de elite, que impunha às mulheres - assim como aos negros - papéis secundários. No caso das mulheres, os papéis tinham raízes profundas. Tramas de filmes, novelas e romances repetem com frequência - até hoje.
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