Revolução dos bichos x Sociedade atual
A Revolução dos bichos, uma das mais fantásticas obras de George Orwell, possui uma história e uma escrita que ultrapassa as barreiras do tempo, e toda a temática do livro pode ser aplicada ao momento atual da sociedade. Indivíduos alienados, governantes que burlam as leis em benefício próprio, classe trabalhadora que vive em condições que não condiz com o volume daquilo que produz, ao contrário dos patrões que gozam de regalias e enriquecem cada vez mais à custa de uma massa que permanece inerte aos problemas que os cercam.
Inicialmente o que se observa é um sistema de trabalho desumano e injusto, a chamada mais valia, termo criado por Karl Marx há décadas atrás, mas que segue sendo nossa realidade. O cenário que se observa é uma grande massa que trabalha com afinco, que produz quantidades absurdas de produtos, mas que ao chegar ao final do mês recebe uma quantia pífia, que praticamente serve apenas para alimentar a si e seus familiares. Ao contrário dos seus patrões que a todo tempo veem o crescimento de seu patrimônio, sem se importar com as condições reais que vivem seus empregados, afinal o que vale é o lucro, é o aumento de poder.
Assim como em A Revolução dos bichos também temos os Napoleões, os nossos são de colarinho branco, falam bem e iludem a grande massa. Buscam sempre formas de permanecer no poder, para isso existem leis, formuladas por eles, em prol de ter certas vantagens e ao mesmo tempo transparecer uma imagem correta, integra, de que a ordem esta sempre mantida. Porem, caso haja um movimento contrário, que venha prejudicar sua hegemonia, eles tem ao lado uns Gargantas (marqueteiros e aliados) que com aquele discurso moroso, entorpecido de palavras difíceis calam logo os revoltosos. Mas se os Gargantas não convencerem, eles possuem outra arma poderosa, os seus cães (milícias, policiais corruptos e abusos de autoridade) que controlam a força nossas galinhas (manifestos populares e classes operárias).