Revolução copernicana em kant
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – IFCH
HG 401 – História da Filosofia Moderna I
Prof. Enéias Junior Forlin
Aluna: Milena Machado Jesus
Primeira Avaliação
1) Explique o significado da “revolução copernicana” em Kant. No que ela se inspira? Qual seu estatuto inicial? Em que precisamente ela consiste? Descreva detalhadamente a sua operação. Quais as conseqüências que essa operação produz para a metafísica, mencionadas resumidamente por Kant no prefácio?
A Revolução Copernicana em Kant é a percepção, inicialmente hipotética, de que “a razão não compreende senão aquilo que ela mesma produz segundo um projeto seu”[1], ou seja, a percepção de que a razão conforma ativamente as impressões sensíveis de acordo com regras próprias e que, portanto, “não conhecemos a priori nas coisas, senão aquilo que nós mesmos colocamos nelas”[2], ou seja, só podemos conhecer a priori as regras com as quais a razão estrutura o conhecimento. A inspiração para tal mudança vem das ciências que encontraram “o caminho seguro”[3], nomeadamente a física e a matemática. Kant vê que, ao contrário destas, a metafísica não encontrou tal caminho, pois seus diversos colaboradores não concordam entre si em seus métodos, se corrigem o tempo todo e pouco progridem, trabalham com conceitos vazios sem correspondência na intuição e, por isso, acabam se engendrando em contradições. Kant identifica que ciências, apesar de já terem passado por momento semelhante em sua história, conseguiram abandonar esse “andar tateante” por conta de uma revolução do método, que, em última análise, nada mais é do que a idéia que na experiência o objeto se adequa à razão e não o contrário. Afinal, é isto um experimento científico: forçar a natureza a responder suas perguntas, a partir de leis ou parâmetros que se assume de antemão. Assim, Kant procura aplicar tal método a metafísica e, para tanto, propõe um experimento análogo ao de Copérnico.