DUAS INTERPRETAÇOES SOBRE A REVOLUÇÃO MEXICANA Há diversas versões diferentes que tentam explicar o que ocorreu no México no início do século XX, que se desencadeou naquilo que ficou conhecido como "Revolução Mexicana", em 1910. Nesta breve síntese tentaremos mostrar duas visões de dois autores diferentes para este processo, que são Octavio Paz, mais especificamente sua obra "O labirinto da solidão e post scriptum" e Arnaldo Córdova, em seu livro "La Revolución y el Estado en México". Para analisar o caso específico do México, Octavio Paz faz primeiro uma análise do processo de independência da América Espanhola como um todo, considerando-a como um processo que ao mesmo tempo separa a América da Espanha e permite a criação de uma série de países nas terras recentemente independentes. O que diferencia a situação mexicana neste momento é a incapacidade dos revolucionários de criar uma sociedade moderna, ao contrário do que aconteceu com os novos países latino-americanos, que, mesmo não promovendo alterações profundas na sociedade, fizeram um empreendimento de caráter modernizador. A independência não levou o México a uma república liberal, mas sim a uma sociedade agrária dominada por uma nova casta latifundiária, e é este país que Porfírio Díaz vai governar por mais de trinta anos. Este período, conhecido por "Porfiriato" e como "Pax Porfiriana", é marcado por perseguições políticas, mas também por um projeto industrial que não conseguiu alterar a face semicolonial do México, uma vez que, nas palavras do próprio Octávio Paz, o governo de Porfírio Díaz "(...) prolonga um feudalismo anacrônico e ímpio, que nada suaviza (as Leis das Índias continham preceitos que protegiam os índios)." (pag. 117) Em suma, pode-se dizer que o governo porfiriano não trouxe para o México o progresso, mas sim a continuidade das estruturas coloniais, sendo mais uma volta ao passado que um passo adiante. Para melhor entender a verdadeira face deste período, Paz vai se valer da análise