Revolta
Os conflitos urbanos pela garantia de qualidade no transporte publico urbano e contra as tarifas abusivas destes são pauta recorrente na História da Bahia recente em geral, e de sua capital em particular. Nesse sentido, Entre agosto e setembro de 2003, nasce em Salvador um movimento protagonizado por estudantes secundaristas, que foi batizado por “Revolta do Buzu”. Naquele ano a capital baiana passava por um caos administrativo, a cidade tinha uma alta taxa de desemprego, vivia uma crise na segurança publica e escândalos oriundos do governo de ACM que afundavam a cidade num caos político. O anúncio do aumento abusivo da tarifa de ônibus (popularmente chamado de “buzu”) causou descontentamento e inconformidade na população da região metropolitana - Salvador passava a ter uma das tarifas mais caras do Brasil! O aumento da passagem serviu como estopim para que milhares de estudantes fossem as ruas reivindicar a queda do preço da passagem. A grande novidade desta revolta foi a sua base, majoritariamente composta por alunos secundaristas. Os jovens fecharam vias por toda capital, trazendo um impacto econômico e uma grande repercussão política em toda Bahia. Durante as mobilizações aliam-se também os estudantes universitários e cresce ainda mais a Revolta do Buzu, confirmando a sua posição como um dos mais importantes episódios do Movimento Estudantil na Bahia após a ditadura militar. Com tanta pressão o prefeito de Salvador foi obrigado a chamar os estudantes para a mesa de negociações. E então surgiu uma dúvida, quem de fato eram os líderes da Revolta? Algumas entidades representativas (UNE, UBES, ABES dentre outras siglas) brigavam entre si para tomar a vanguarda do movimento, enquanto os estudantes independentes de qualquer entidade pregavam que a liderança era a própria maioria rebelada, como se pode observar em ampla documentação registrada na imprensa do período. Numa tentativa de