Revolta no campo
Em 1990 se acentuou os levantes populares contra o Apartheid nas áreas rurais da África do Sul, mudando a ideia de que os camponeses sul africanos não se interessavam pelas questões políticas do país. Os conflitos se centralizaram nos Bantustões de ciskei, ganzakulu e venda.
Os Banstustões eram territórios isolados, reservados a população negra da África do sul, com o objetivo de criar um predomínio de uma população branca no país. Os protestos fizeram a Capital Pretória recuar sua pressão contra os bantustões que ainda não eram independentes, o que foi considerada uma vitória parcial do movimento. Além do caráter segregador os banstutões tinham como objetivo tornar a população negra estrangeira em seu próprio país, os maiores conflitos se desencadearam justamente nos territórios já independentes, sendo que uma das reivindicações dos camponeses era justamente ter de volta a nacionalidade sul africana. Esses territórios tinham um líder negro e forças armadas treinadas em Pretória, com uma legislação extremamente repressiva muito parecida com a da África do Sul. Os banstustões eram bastante cobiçados por investidores estrangeiros, principalmente da indústria têxtil, ali encontravam uma mão de obra muito barata, oportunidade de expansão para o mercado europeu, além de incentivo Fiscais da África do Sul. A chegada das industrias aliada aos anos de repressão, foram importantes fatores para o crescimento dos levantes nesses locais. A pressão e o descontentamento com as autoridades locais só se acentuavam, locais como, Ciskei e Lennox Sebe, tiveram seus líderes depostos por golpe de estado, legitimando assim um verdadeiro caos social nos Banstustões.
Em todas as vilas e aldeias, o movimente teve características semelhantes, uma das mais marcantes, era a queima das carteirinhas, que era uma espécie de registro, necessário para inscrição em escolas e compras de qualquer imóvel, as carteirinhas eram recolhidas aos milhares e queimadas,