Revolta dos Malês

A Revolta dos Malês ocorreu em Salvador, capital da então Província da Bahia, na noite do dia 24 de janeiro de 1835. O movimento foi organizado por negros muçulmanos que exerciam atividades livres, conhecidos como negros de ganho (alfaiates, artesãos, carpinteiros e pequenos comerciantes) e tinha os objetivos de atingir a libertação dos escravos da cidade, acabar com o catolicismo, substituindo-o pelo islamismo, além de confiscar os bens dos brancos e mulatos. Eram cerca de 1500 revoltosos insatisfeitos pela imposição do catolicismo e por não poderem exercer sua cultura e religião na província. Além disso, os negros, mesmo tendo atividades livres, sofriam com o preconceito e discriminação. Em função disso, os revoltosos se organizaram e planejaram se reunir com outros malês vindos de diversas regiões da cidade com o objetivo de invadir os engenhos de açúcar e, consequentemente, libertar os escravos. Para tanto, os negros conseguiram arrecadar dinheiro suficiente para a compra de armamentos.
Apesar disso, a revolta não ocorreu da forma esperada: uma mulher negra foi até um juiz de paz e denunciou o levante. Após a denúncia, oficiais se organizaram para reprimir a revolta e, muito bem armados, os cercaram na região de Água dos Meninos. Também, ao tentar sair cidade, um grupo contendo tanto revoltosos quanto escravos, foi impedido de sair, resultando também em diversos embates. Entre tantos conflitos, setenta negros e sete oficiais vieram a óbito.
Como consequência, cerca de duzentos participantes do levante foram presos e julgados. Outros foram sentenciados a trabalhos forçados ou enviados para a África. Os líderes do movimento foram condenados a morte. Com o fim da Revolta dos Malês, o governo decretou leis que passaram a proibir que muçulmanos andassem pela cidade durante a noite e, além disso, foram proibidas as cerimônias religiosas dos mesmos.
Curiosidades (editar):
O termo “malês” é de origem africana e significa “ o muçulmano”
Os revoltosos