Revolta da vacina

1637 palavras 7 páginas
Segundo Louis Couty, “O Brasil não tem povo”. O autor menciona o significado desta afirmação como o problema da cidadania, ou seja, fissuras no relacionamento entre estado, cidadão, sistema político e a própria atividade política.

Segundo Carvalho, o período de mudança de Império para a República foi bem apropriado para se clarear a questão do exercício da cidadania. Por se tratar da primeira alteração do regime político após a Independência, o regime republicano tinha como objetivo aproximar mais o povo das atividades políticas, conforme desejavam seus propagandistas mais radicais, como Silva Jardim e Lopes Trovão. Embora não tenha havido participação do povo na proclamação da republica, esperava-se que este despertasse na população excluída, à vontade de participar ativamente do novo regime.

O Rio de Janeiro por ser a capital política e administrativa, estava em plenas condições de ser o melhor terreno para o desenvolvimento da cidadania. O comportamento político de sua população refletia no resto do país, por se tornar o centro da vida política nacional. O autor se deterá em seus estudos na descrição desta cidade, no início da República, mostrando todas as transformações sociais, políticas e culturais que ocorreram, como também, como os cidadãos exerciam o seu direito de cidadania, através da participação eleitoral.

Os primeiros dez anos do regime republicano, foram os mais conturbados. Palco de grandes dicotomias nos aspectos econômicos, políticos, sociais e culturais. A tentativa de explicar tais mudanças se baseia no impacto sofrido pela população com implantação do novo regime, que pretendia criar uma política comunitária, embasada na opinião pública. A expectativa dessas transformações e suas dificuldades para implantá-la, refletiu fortemente sobre as novas realidades, expandido-as rapidamente. A população se defrontou pela primeira vez, como participantes, dos problemas da cidade e do país. Esta nova consciência e as conseqüências que gerava

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