Revolta da Salda

Os caminhos da Samsung

O maior objetivo de toda empresa é alcançar a liderança dentro do segmento que atua. Na disputa pelo topo, um dos possíveis caminhos é ter o atual líder como uma referência para, ao menos, se igualar naquilo em que o mesmo faz de melhor e, ao mesmo tempo, correr atrás para suprir as demandas que este não atende com a mesma competência.
Neste quesito, há de se reconhecer: a Samsumg merece os bons frutos que está colhendo hoje. Desde o lançamento dos primeiros smartphones, criticados por serem uma espécie de “iPhone da China”, até os atuais aparelhos da linha Galaxy (em especial, o S4), a empresa conseguiu provocar barulho no mercado e ganhar território, ameaçando a, até então intocável, áurea da Apple, tida como a grande precursora de todos os caminhos da indústria de tecnologia.
Ao longo do tempo, seus aparelhos se tornaram maiores, mais bonitos e mais robustos – ao mesmo passo em que o Google deixava seu sistema operacional mobile mais maduro – uma combinação que resultou em um sucesso sem precedentes da história da empresa.
Indubitavelmente, o grande passo se deu no momento em que a Samsumg resolveu sair da sombra da maçã e ter vida própria, especialmente em relação ao design, permitindo-se inovar e produzir mais do que réplicas bem feitas.
Neste movimento, pode-se dizer que a grande sacada foi a implantação de uma tela algumas polegadas acima do padrão imposto pela maçã, aliado a um aparelho bonito, funcional e equipado com um sistema operacional que sempre flertou com a liberdade para seus usuários e desenvolvedores fez com que parte considerável da demanda de milhões de consumidores não atendidos pelo caixa-forte do iOS fosse suprida. Nascia então o sucesso do Galaxy.
Ocorre que, uma vez no topo, a empresa aparentemente perdeu seu rumo de desbravadora de novos caminhos. A inovação da tela foi uma excelente sacada e caiu como uma luva na demanda, mas ela não irá sustentar a pavimentação de um caminho sólido e duradouro no topo.