revolta da chibata
20131. Revolta da Chibata
A Revolta dos Marinheiros, ou Revolta da Chibata foi o primeiro movimento que trouxe intranqüilidade ao Governo do marechal Hermes da Fonseca. Tendo tomado posse no dia 15 de novembro de 1910, o Governo foi surpreendido no dia 22 de novembro pela rebelião dos marinheiros que dominaram os recém adquiridos encouraçados São Paulo e Minas Gerais e também a scout Bahia e o encouraçado Deodoro.
Comandados pelo marinheiro João Cândido, os rebelados apresentaram como reivindicação mais importante o fim dos maus tratos, principalmente o fim dos castigos corporais, que eram vistos como cruéis e incompatíveis com uma Marinha que procurava adotar as modernas técnicas de guerra da época.
Em 22 de novembro “os revoltosos prendem ou matam uma série de oficiais, entre eles o Comandante Batista das Neves, Capitão-Tenente José Cláudio da Silva, 1° Tenente Mario Alves de Souza, sub-oficiais e vários marinheiros que são contra o movimento”. (Carone, 1977, p. 272) Estes acontecimentos são determinantes para acirrar ainda mais os ânimos entre oficiais e marinheiros e deteriorar completamente a relação existente entre ambos os grupos.
Para compreender os eventos ocorridos ao final do ano de 1910 na capital federal, a Revolta da Chibata e o episódio da Ilha das Cobras, faz-se necessário analisar a hierarquia da Armada e seus integrantes. Quem eram, afinal, os homens engajados na Marinha de Guerra? E, principalmente, como conviviam até a eclosão da Revolta da Chibata?
A estrutura hierárquica da Armada era rígida, reproduzindo as divisões e medos da sociedade brasileira, incluindo o projeto de civilizar-se a nação. Inexistia a possibilidade de ascensão social, e os setores dominantes cumpriam o papel de “educar” o corpo de marinheiros, formado por pessoas pobres. O alistamento nas Forças Armadas era realizado de acordo com as necessidades de pessoal nas guarnições militares, mas de maneira