Revolta da chibata
Em novembro de 1910, quando o então presidente do Brasil, Hermes da Fonseca, completava uma semana na presidência, teve início a Revolta da Chibata, um importante movimento social ocorrido nas subdivisões da Marinha do Brasil, sediadas no Rio de Janeiro, capital do Brasil na época.
O aprisionamento em celas, a alimentação precária e os salários baixos foram alguns dos motivos que levaram os marinheiros a se organizarem em protesto aos seus superiores e às condições de trabalho que lembravam o período da escravatura. Mas, de longe, o que mais incomodava os marinheiros eram as punições físicas abusivas aplicadas aos graduados da Marinha, como a chibatada, por exemplo. Os castigos físicos, típicos do período colonial, haviam sido suspensos com a Proclamação da Repúlica, em 1889. Mas, foram retomados em abril do ano seguinte como “forma de controle e punição dos marinheiros”, em sua maioria, negros e pobres. As penas regulamentadas em plena República eram: para faltas leves ou reincidentes, o rebaixamento de salário, o cativeiro em prisão solitária por três a seis dias, a pão e água; já para as faltas graves, 25 chibatadas.
A revolta então teve início quando o marinheiro Marcelino Rodrigues foi castigado com 250 chibatadas por ter ferido um colega da Marinha, no interior do navio de guerra Minas Gerais. O rigor da punição, assistida por todos os tripulantes do navio, indignou os graduados da Marinha, estes que já vinham se organizando contra os castigos físicos desde o ano anterior, tendo, inclusive, formado o Comitê Geral da Revolução. Liderados por João Cândido (o Almirante Negro), o motim se agravou e os rebelados assumiram o controle do navio, que estava em trânsito para o Rio de Janeiro, matando quatro oficiais que seguiam a bordo, incluindo o comandante.
Após conseguir o apoio dos tripulantes de outras embarcações da Marinha brasileira e, liderados pelo Almirante Negro, os marinheiros enviaram uma carta à capital afirmando não poder