Revolta da Armada
Para compreender melhor a Revolta da Armada, contudo, é preciso retroceder ao governo anterior, do marechal Deodoro da Fonseca, e aos conflitos que levaram à sua renúncia, em novembro de 1891, com apenas nove meses de governo constitucional. O apoio de figuras associadas ao antigo regime político - a Monarquia - só acentuou as divergências e colaborou para reforçar a imagem de Floriano como consolidador da República.
Quando a República foi proclamada, em 1889, um problema que imediatamente veio à tona foi a ascensão das oligarquias locais ao poder nos seus respectivos estados. Ocorre que havia elites em disputa pelo poder, e o presidente provisório, Deodoro da Fonseca, precisou decidir quem iria apoiar em cada estado. Com isso, logo as oligarquias desprestigiadas pelo novo regime, política ou economicamente, começaram a fazer oposição a Deodoro.
Esse movimento atingiu seu ponto alto na eleição presidencial de 1891, da qual Deodoro saiu vencedor. O vice-presidente eleito, porém, era Floriano Peixoto, apoiado pela oposição. Deodoro destituiu todos os governadores oposicionistas, nomeando políticos de sua confiança. Contudo, as bancadas estaduais no Congresso permaneceram as mesmas, e elas, em sua maioria, eram contra o presidente. Houve, assim, um descompasso entre os que detinham o poder nos estados e os representantes estaduais no Congresso Nacional.
Foi nesse contexto que o almirante Saldanha da Gama e Custódio de Mello, então Ministro da Marinha, arquitetaram um movimento contra o governo Floriano Peixoto. Custódio tinha objetivo de se candidatar a presidente nas próximas eleições, projeto que foi boicotado por