Revisão sobre mecânica dos solos
Solos coesos recebem este nome por apresentarem em determinado ponto do seu perfil um aumento acentuado na coesão entre as partículas do solo, tornando-o duro, muito duro ou até extremamente duro quando seco e friável quando úmido (JACOMINE, 1996; REZENDE, 2000), e também por não apresentar organização estrutural visível (RIBEIRO, 1991).
Apesar de estar contido numa extensa área do território brasileiro, o termo coeso foi atribuído somente como um caráter à classe dos Latossolos Amarelos para servir como atributo diagnóstico, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006). A ocorrência dos solos coesos, no Brasil, está relacionada com a Formação Barreiras (Grupo Barreiras), que conforme Monteiro e Porsani (2001) está geologicamente relacionada com os depósitos sedimentares, derivados de materiais argilosos, argilo-arenosos e arenosos do período Terciário, que constituem a unidade geomorfológica dos Tabuleiros Costeiros. Os solos sob esta formação estão restritos à zona úmida costeira do litoral oriental das regiões Norte, Nordeste e Sudeste, sob climas de estações secas e úmidas bem definidas (Jacomine, 2001; Giarola e Silva, 2002).
Muitos estudos, com o intuito de encontrar medidas para identificação dos horizontes coesos, têm testado a eficiência dos seguintes atributos: densidade do solo, porosidade total, macro e microporos, argila dispersa em água, fracionamento de areia, resistência do solo à penetração, condutividade hidráulica e curva de retenção de água no solo (Santos, 1992; Souza, 1996; Cintra e Libardi, 1998; Silva et al, 1998; Giarola et al, 2003).
Giarola et al (2001), Souza et al (2001) e Santana (2002), testaram a resistência do solo à penetração, a macroporosidade e a densidade do solo como atributos que permitem detectar a presença de coesão e em que profundidade ela ocorre.
Souza et al (2003) construíram e analisaram um banco de dados dos solos localizados nos Tabuleiros Costeiros