Revistas científicas e o Biopoder

REVISTAS CIENTÍFICAS, MEDIAÇÕES E RETÓRICAS: ENCONTROS E DESENCONTROS ENTRE A MÍDIA E O BIOPODER.

1. Apresentação.
O texto analisado trata da temática central que é a associação entre biotecnologia, meios de comunicação e o biopoder. Esse último, segundo Michael Foucault, é “um poder que, apoiadas nas questões médicas, corporais e relacionadas à saúde, cria uma moralidade que visa disciplinar os corpos”.
Para o estudo dessas relações entre mídia e biopoder, foi proposta uma pesquisa que tem como objeto de estudo as três publicações científicas brasileiras com maior tiragem, maior distribuição nacional e linhas editoriais mais bem definidas: “Superinteressante”, “Galileu” e a edição brasileira da “Scientific American”.
No período entre agosto de 2007 a setembro de 2008 foram analisados todos os conteúdos dessas revistas que estivessem relacionados a sete temas dentro do tema “corpo”: beleza e cosmética; saúde e medicina; biotecnologia; pesquisas genéticas; neurociências e cognição; mutações e transformações; e comportamento. Dentre esses os mais recorrentes foram meio ambiente (26%), saúde (25%) e neurociência e cognição (21%).
Duas tendências opostas e paradoxais são identificadas analisando o conteúdo das publicações: quando o assunto central é o humano em sua singularidade, há uma promessa de quase eternidade, erradicação do envelhecimento e culto à beleza. No entanto, quando o tema central é o meio ambiente, o tom é apocalíptico, catastrófico e prega o fim da nossa espécie.
Diante desse cenário, percebe-se a construção de um narcisismo técnico-científico, que promete muito a quem cuidar do corpo e da saúde e, ao mesmo tempo, ameaça esse com o risco que vem do outro, que seria a violência e terrorismo e também os desastres ecológicos, que são fruto da fúria da natureza contra a predação humana.

2. Breve Histórico e Contextualização.
Para entender a relação da mídia com a ciência atualmente é preciso analisá-la desde antigamente. O iluminismo e,