Revista13 Mat9
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Uma doce
História do Brasil
Textos do Brasil . Nº 13
Doces em compotas. Iolanda Huzak /Pulsar Imagens
Sabores do Brasil
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Do cultivo da cana, do engenho e da senzala, a trajetória dos doces brasileiros praticamente começa quando nasce o País.
Assim como os personagens João e Maria, que deixavam pequenos pedaços de pão pelo caminho, com o objetivo de não se perderem por entre os caminhos da floresta, se salpicarmos nossa História com nacos de quindins, geleias, compotas ou frutas cristalizadas, certamente trilharemos um fiel e cronológico panorama da formação de nosso povo às mais recentes manifestações da mais refinada confeitaria nacional: o imperador D. Pedro II trocava os afazeres da
Corte por um doce de figo tirado do tacho; já
Rui Barbosa se derretia por colheradas fartas de doce de batata. E o que dizer de João Goulart e
Jorge Amado, verdadeiros adoradores do doce de coco? Sem falar no ex-presidente Juscelino
Kubitschek, que nunca recusava uma baba-demoça, e nos compositores Roberto Carlos e Chico Buarque, que talvez tenham se inspirado após porções generosas de doce de abóbora.
Mas de onde surgiu esta que é uma das mais fortes facetas de nossa miscigenação no quesito gastronomia? Dizem os historiadores que o açúcar, obtido após a evaporação do caldo da cana, foi descoberto na Índia, lá pelo século III.
Mas teriam sido os árabes seus introdutores em grande escala na alimentação, criando amêndoas e nozes açucaradas, além dos doces de figo e de laranja. Já no século XV, ao conquistar a Península Ibérica, os mesmos árabes incluíram a cana-deaçúcar nas mudas que passariam a produzir as frutas utilizadas nos doces futuros. A partir daí, de Portugal e Espanha, a cana-de-açúcar desembarca na América pelas mão de nossos desbravadores. Pronto: estava sacramentada a invasão mais doce da história brasileira, uma cultura que se perpetuaria pelo séculos seguintes.
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Dizem os historiadores que o açúcar, obtido após a evaporação
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