Retórica e democracia
3.1 FILOSOFIA, RETÓRICA E DEMOCRACIA (séc. VI a.C – Grécia)
* Surgimento da retórica
A retórica surgiu com maior ênfase na Grécia do Período Clássico, enquanto instrumento usado nos tribunais para fazer prevalecer a causa considerada mais justa. Mas não é possível pensar na retórica sem democracia e liberdade de discussão (filosofia).
A Democracia é um regime político que pressupõe como principio básico e fundamental a igualdade dos cidadãos perante a lei e, consequentemente, o direito de intervir na vida pública através da participação nas assembleias politicas. No início a Democracia grega era só para cidadãos-livres e excluía as mulheres, os escravos e os estrangeiros.
* Retórica e democracia
Nas cidades-estado democráticas, as deliberações tomadas eram resultado daqueles que melhor soubessem apresentar e defender os seus pontos de vista, ou seja, as capacidades oratórias e argumentativas eram essenciais para o sucesso.
Sofistas – conjunto de pensadores que ensinavam, a troco de uma renumeração, as mais variadas matérias, de entre as quais sobressaia o ensino da arte de falar e persuadir; eram mestres da retórica.
Para responder à necessidade de desenvolver estas competências, surge uma nova classe constituída por professores cujo trabalho é orientado para o ensino das artes da palavra: a arte de discutir (dialética) e a arte de persuadir (retórica). Estes eram professores que ensinavam a troco de um pagamento – ficaram conhecidos por sofistas.
O sucesso destes professores esteve ligado ao das cidades-estado, nomeadamente ao da cidade de Atenas, onde a democracia triunfou. Assim, nas cidades-estado democráticas, os dons da palavra (retórica e dialética) são imprescindíveis para se convencer o auditório, portanto os professores passam a ser uma peça essencial da democracia.
Na Grécia Clássica, a retórica, enquanto arte de falar com eloquência, não dizia respeito apenas ao aspeto decorativo do discurso, mas também ao seu