Retrato do Brasil, de Paulo Prado. Resumo
Karen Suellen Lobato de Sousa
Filho de Antônio Prado e Maria Catarina da Costa Prado, Paulo da Silva Prado nasceu em São Paulo, no dia 20 de maio de 1869 e faleceu no Rio de Janeiro, em 3 de outubro de 1943. Bacharel em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco, foi, além de escritor, investidor em negócios, cafeicultor (em 1887, membros de famílias ricas de São Paulo fundaram a Casa Prado, Chaves & Cia.) e mecenas – foi o maior financiador da Semana de Arte Moderna de 1922. Escreveu Retrato do Brasil entre 1926 e 1928; nessa obra, busca mais ou menos o mesmo que muitos contemporâneos a ele: apontar uma interpretação de Brasil, traçando, para isso, um panorama geral das condições em que se deu o processo de colonização do Brasil.
Publicado originalmente em 1929, esse é um breve ensaio dividido em quatro capítulos mais o Post-scriptum. Em tons pessimistas, Paulo Prado “pinta” esse retrato e deixa bem explícito para todos quantos quiserem se aventurar nessa leitura que, para ele, a marca do povo brasileiro é a tristeza: aí reside sua preocupação e é a partir daí que se dá o desenrolar da tese do autor. Vale lembrar que o escritor desenvolve sua narrativa a partir de uma visão europeia de Brasil e é claramente influenciado pelas teorias racialistas de sua época.
Para Paulo Prado,
O esplêndido dinamismo dessa gente rude obedecia a dois grandes impulsos que dominam toda a psicologia da descoberta e nunca foram geradores de alegria: a ambição do ouro e a sensualidade livre e infrene que, como culto, a Renascença fizera ressuscitar (p. 29).
A Renascença – ou Renascimento – citada foi um período iniciado no século XV que anunciava um “renascer cultural”. Nessa época, o Humanismo era a vertente filosófica que prevalecia e todo o patrimônio filosófico, literário e artístico esteve profundamente ligado ao Antropocentrismo,