retenção de agua
A decisão da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) de reduzir a produção de energia na hidrelétrica de Jaguari para poupar água pode levar ao esvaziamento dos reservatórios de outras três usinas e ao “colapso do abastecimento de água” em cidades do Rio e São Paulo. A informação está em nota divulgada nesta terça-feira (12) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Mais cedo nesta terça, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse que a Cesp, que é controlada pelo governo paulista, pode ser multada pela retenção de água, que leva a uma menor produção de energia que o determinado para Jaguari pelo ONS.
A Cesp alega que adota a medida seguindo orientação do Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (Daee), que visa poupar a água para ser usada para consumo humano. O estado de São Paulo enfrenta uma de suas piores crises de abastecimento de água, provocada pela falta de chuvas nos últimos meses. Em algumas cidades, já há racionamento.
Efeitos
De acordo com o ONS, desde o início de agosto a Cesp vem mantendo a vazão na represa de Jaguari em 10 metros cúbicos por segundo (m3/s), um terço do determinado. Ela fica entre Jacareí e São José dos Campos, no Vale do Paraíba, em São Paulo. De acordo com o operador, isso reduz a quantidade de água que chega às represas das hidrelétricas de Paraibuna, Santa Branca e Funil, situadas rio à frente.
Se essa vazão for mantida em Jaguari, e não chover significativamente nos próximos meses, as represas dessas três usinas podem ficar vazias “antes do final da estação seca”, ou seja, antes de novembro, diz o ONS. A redução na produção de energia por Paraibuna, Santa Branca e Funil equivaleria a 130 megawatts (MW) médios.
O operador aponta ainda que a queda no volume de água saindo de Jaguari pode resultar no “colapso do abastecimento de água de cidades situadas a jusante [rio abaixo], nos estados do