Resumo
Leia o texto abaixo, soneto composto por Gregório de Matos:
É a vaidade, Fábio, nesta vida, Rosa, que de manhã lisonjeada, Púrpuras mil, com ambição dourada Airosa rompe, arrasta presumida.
É planta, que de abril favorecida, Por mares de soberba desatada, Florida galeota empavesada Sulca ufana, navega destemida
É nau enfim, que em breve ligeireza, Com presunção de Fênix generosa, Glhardias presta alentos preza
Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa De que importa, se aguarda sem defesa Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?
Nesse texto, o poeta vai explicar a Fábio o que é a vaidade. No primeiro quarteto, afirma que ela é rosa; no segundo, que é planta; no primeiro terceto, que é nau. Essas três palavras significam, no soneto, “vaidade”. Para que o leitor entenda por que rosa, planta e nau têm esse sentido no texto, o poeta vai explicar a relação que estabelece entre o significado de cada um desses termos e o do vocábulo vaidade. No primeiro quarteto, diz que a vaidade é rosa, mas não qualquer uma. É aquela lisonjeada pela manhã, ou seja, a rosa recém-aberta e que, portanto, está em todo seu esplendor. O que o poeta quer dizer, então é que a vaidade é a beleza aparente, que se exibe, brilha e seduz (Púrpuras mil, com ambição dourada / Airosa rompe, arrasta presumida). No segundo quarteto, o poeta afirma que a vaidade é planta, mas em pleno esplendor da primavera, já que é de abril favorecida (abril é o mês em que, no hemisfério norte, a primavera está em seu apogeu). A vaidade é, então, esplendor (planta de abril favorecida) e ornamentos (florida galeota empavesada) que sé exibem pela vida (por mares de soberba desatada) com orgulho (sulca ufana) e arrojo(navega destemida). No primeiro terceto, ao dizer que a vaidade é