Resumo
São de natureza sociolingüística os estudos lingüísticos que se vem desenvolvendo sobre alfabetização. Estando o fracasso escolar em alfabetização maciçamente concentrado nas crianças pertencentes às camadas populares, não há como negar que esse fracasso se deve ao problemas decorrentes da distancia entre a variedade escrita do dialeto padrão e os dialetos não padrão de que são falantes essas crianças. Assim, os estudos lingüísticos sobre a alfabetização, vêm tentando descrever os dialetos de comunidades de fala, correlacionando-os com variáveis sociais, particularmente com a variável nível socioeconômico, e contrastando-os com a língua escrita.
Esses estudos têm sido predominantemente estruturais, são estudos que buscam identificar as diferenças estruturais entre as gramáticas da fala e da escrita – diferença morfológica, sintática e, sobretudo, as diferenças entre o sistema fonológico e o sistema ortográfico.
Estudos e pesquisas sobre a alfabetização numa perspectiva funcional têm sido menos frequentes, entretanto, os aspectos funcionais da aprendizagem da língua escrita são tão relevantes quanto os aspectos estruturais e pode-se entender de duas maneiras dependendo da interpretação que se dê a expressão unção da língua escrita”.
Pode-se se dar à palavra função o sentido de uso, papel, e então a expressão “função da língua escrita” designaria os usos da escrita em determinada estrutura social, isto é, a função social da escrita. Sob essa perspectiva os estudos se voltam para as características do uso da escrita em determinada sociedade, seus determinantes e suas conseqüências, o papel que a escrita desempenha as sociedade.
Uma outra maneira de entender uma perspectiva funcional da alfabetização é a que decorre de uma segunda interpretação que se pode dar à expressão funções da língua escrita”. Entendendo a palavra função como finalidade, a expressão “funções da língua escrita” designaria a