resumo
Quando Magrí viu aquele K, estava no meio de uma cortada fulminante que não pôde ser aparada pelas jogadoras do outro time. E o professor de
Educação Física teve de lamentar a saída da melhor jogadora de vôlei do
Colégio Elite. Afinal, a garota tinha se queixado de uma torção no tornozelo.
Era melhor não forçar, pois o campeonato intercolegial começaria no próximo mês, e o time não era nada sem a Magrí.
A garota saiu mancando da quadra até se ver fora das vistas do professor.
Aí, não precisando mais fingir, correu para o esconderijo secreto dos Karas
Na entrada dos vestiários do Colégio Elite, havia um quartinho onde eram guardadas as vassouras e outros materiais de limpeza. Um cantinho sem lâmpada, escuro mesmo de dia. Por isso ninguém podia ver o pequeno alçapão que havia no forro.
Com a agilidade de um gato, Magrí saltou, agarrando a beirada do alçapão. Afastou a tampa e jogou o corpo para cima como um trapezista.
Estava no esconderijo secreto dos Karas: todo o vasto forro do imenso vestiário do Colégio Elite, iluminado no centro por algumas telhas de vidro por onde passava a luz do dia, deixando todo o resto mergulhado na escuridão.
Bem no centro da pequena área iluminada, estava Miguel, sentado sobre os calcanhares. A sua frente, espalhadas pelo chão, havia várias cópias de matérias de jornal. Ao seu lado, Crânio e Calú esperavam em silêncio.
Magrí fechou o alçapão e agachou-se junto aos amigos, sem uma palavra.
O grupo dos Karas estava completo. Haviam sido convocados pelo K desenhado na mão esquerda de Miguel, o sinal de emergência máxima.
Crânio tirou sua famosa gaitinha do bolso e ficou passando-a pelos lábios, sem soprar, lentamente.
Calú quebrou o silêncio, sem se preocupar com o tom de voz, pois o forro do vestiário era bem espesso e não deixava vazar