resumo
Especialista em mídia, comunicação, televisão, e mesmo alguns intelectuais, com trabalhos teóricos respeitáveis assinam artigos em jornais ou participam de discussões em que, com maior ou menor profundidade, atestam a natureza midiática da nossa sociedade. Por outro lado, a crítica de Rousseau ao espetáculo social vincula-se a sua preocupação sobre a educação e a formação humana, estimulando as reflexões sobre os atuais procedimentos espetaculares presentes no processo de ensino-aprendizagem, atualizados como o a absolutização dos meios tecnológicos como recursos pedagógicos. Assim, nada nem ninguém pode ser o que realmente é. Pois abdicar da intervenção pessoal significa atribuir mais importância no olhar do outro que fidelidade a si mesmo. Afinal, se sair da natureza é aparecer ao outro, conforme Fortes (1997), a estima e a consideração pública tornam-se critérios que movem as ações dos indivíduos. Nesse percurso os homens aprofundam seus conhecimentos sobre o meio físico e as coisas, diversificando e complexificando suas relações com a natureza. Tornam-se pescadores, caçadores e guerreiros, descobrem o fogo e intensificam as relações entre si, de concorrência ou assistência. Rousseau descreve-nos os momentos decisivos dessas mudanças, assinalando a série de eventos que marcam a trajetória do homem natural até sua constituição como homem civil. À medida que as idéias os sentimentos se sucedem, que o espírito e o coração entram em atividade, gênero humano continua a domesticarem-se, as ligações se estendem e os laços se apertam. O teatro, então, deve ser analisado e avaliado nos contextos históricos determinados, de acordo com as realidades concretas. O principal critério a ser considerado é seu efeito sobre o povo para quem é feito. E o veredicto de Rousseau é taxativo, contrário ao otimismo pedagógico- estético- racionalismo dos demais iluministas: teatro não apenas é eficaz como instrumento pedagógico,