resumo
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FREIRE, Paulo.
Pedagogia do Oprimido
. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005, 42.ªedição.
Inicio minhas palavras com as palavras finais, as últimas três linhas, do livroPedagogia do Oprimido de Paulo Freire, lançado no exílio de Santiago do Chile naprimavera de 1968 onde afirma
: “Se nada ficar destas páginas, algo, pelo menos,esperamos que permaneça: nossa confiança no povo. Nossa fé nos homens, na criaçãode um mundo em que seja menos difícil amar”.
Isso mostra porque ainda na atualidadePaulo Freire figura entre as mais destacadas personalidades no campo pedagógicomundial.O livro Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire escrito há quarenta anospermanece vigente dada as suas constantes re-edições no Brasil e no exterior e aosnovos tipos de oprimidos que surgem a cada dia em nossa sociedade. Profecia estaexplícita nas primeiras palavras de abertura do referido livro em que o dedica
“aosesfarrapados do mundo e aos que neles se descobrem e, assim descobrindo-se, com elessofrem, mas, sobretudo, com eles lutam”.
Nessa frase se ouvem os ecos de sua intensidade ética, pois enquanto houverum oprimido nesta terra, o livro interpelará aos leitores, será atual, terá vigência.O livro compõe-se de quatro capítulos, sendo que no primeiro, Paulo Freire, justifica a escolha do título Pedagogia do Oprimido, onde há uma clara e radical opçãopelo oprimido, parte do ponto de vista dos Oprimidos, a partir da experiência históricados mesmos, o que denota para a década dos anos 1960 uma virada paradigmática, umacoragem política, uma visão profética e um forte grito ético desde a América Latina.Essa virada de paradigma é uma forma de reconhecer nos excluídos dessa terra umasuperioridade epistemológica e científica, coisa até então, jamais vista em nossocontinente, pelo menos, no campo da Pedagogia.Isso constitui-se numa nova forma de construir a