Resumo
Conceito de sujeito entre os falantes
Eunice Pontes, estudiosa da gramática, realizou uma pesquisa entre os professores da faculdade de Letras (UFMG), a respeito do conceito de sujeito. Diante das definições dadas para o sujeito, ela pode compreender como identificar quatro traços. Segundo a autora, o traço predominante foi agente, seguido de outros três considerados importantes: paciente, concordância verbal e noção de tópico.
Agente – traço não necessário, pois a muitos sujeitos que não são agentes.
Paciente – traço não necessário.
A concordância verbal – também é um traço não-necessário, pois ela deixa de funcionar em vários registros.
Tópico – pode ser expresso por outro termo que não o sujeito. Assim, a autora encontrou resultados diversos nas gramáticas. Dentre essas gramáticas, somente a de Napoleão Mendes de Almeida (1995) define sujeito como agente, e mesmo assim quando fala do verbo de ação. De acordo com Pontes, a gramática de Said Ali, traz uma definição de sujeito como o ser com o qual “se passa” a ação. A autora ainda cita que outros oito definiram sujeito como aquele de quem se declara alguma coisa e predicado aquilo que se declara do sujeito. Pontes concluiu que não é nas gramáticas que os informantes aprenderam a privilegiar o sujeito como agente. Dessa forma, a autora menciona que “os falantes têm uma noção de sujeito a partir de sua experiência com o fenômeno, tanto de usar a língua como analisá-la na escola”. A autora analisa ainda a pesquisa feita com alunos, concluindo então, que para eles sujeito seria “o ser que pratica a ação”, coincidindo com a definição mais lembrada pelos professores. Pontes mostra sua posição em relação aos conceitos de sujeito quando diz que é um problema determinar o sujeito sem levar em consideração o que os falantes consideram que este seja e menciona ainda que a própria gramática tradicional não define com clareza o que o sujeito é, já que pode ser agente ou paciente, os