resumo O Urbanismo Tardo-Racionalista: de A Carta de Atenas à Cidade Global
Em "O Urbanismo Tardo-Racionalista: de A Carta de Atenas à Cidade Global", Josep Maria
Montaner e Zaida Muxi criticam o urbanismo contemporâneo da cidade global que resulta em um "mosaico de fragmentos sem relação entre si", sendo esse urbanismo de hoje uma reformulação mercadológica do urbanismo racionalista do início do século XX. As quatro funções essenciais da cidade d'A Carta de Atenas - moradia, trabalho, entretenimento e circulação - se converteram na cidade global especializada e desconexa. Nesse modelo as famílias-padrão da cidade global moram nos subúrbios isolados e condomínios fechados, trabalham nos centros comercias altamente adensados com seus arranha-céus, se entretêm consumindo nos shoppings e se deslocam em seus carros particulares de cinco lugares pelas rodovias. A opção pelo carro como principal meio de locomoção fazem das rodovias o primeiro elemento essencial desse urbanismo tardo-racionalista. Montaner e Muxi constatam que essa escolha acarreta no isolamento do indivíduo em relação ao seu entorno, transformando a relação pessoa-cidade, antes presente na cidade histórica, numa relação carro-cidade, sem interação das diversidades sociais. Na velocidade do automóvel, o entorno perde sua vocação de convívio, as rodovias têm apenas uma função: circulação.
Os centros comerciais constituem o segundo elemento essencial da cidade global. O adensamento gera edifícios extremamente altos, barateiam os custos da infraestrutura e multiplicam os lucros. Segundo o texto, esse centro apresenta a falsa proposta de recuperar a vida urbana como espaços de diversidade, tentando esconder uma "homogeneidade social estéril". Mais uma vez o objetivo é preservar a sociedade-padrão da diversidade e da imprevisibilidade natural da vida.
Os autores elegem os arranha-céus como "o elemento mais depredador, (...) a vida social que poderá ser produzida em um arranha-céu sempre será muito limitada: o arranha-céu